"Denise chega amanhã!"
Era tudo o que ocupava a mente dela. Um mês inteiro sem vê-la foi muito difícil. Perdera a graça até as baladas com os amigos, o cinema, shows, teatro, pizza na casa do Narciso, enfim, tudo. Nem mesmo os comentários pseudo-intelectuais do amigo com suas piadas infames tinham a mesma graça, suas investidas que noutro tempo até renderam umas farrinhas hoje nem a abalava. Sempre pensava: "ela adoraria estar aqui", ou: "ela não gostaria disso ou daquilo". Todas as coisas novas que via guardava e ou anotava para a mostrar quando chegasse.
Comprou roupa nova. Vestimenta completa, até sapatos novos comprou, aliás, adorava comprar sapatos, sempre encontrava alguma desculpa para tal prazer pessoal e, como a ocasião pedia, uniu o últil ao agradável, afinal: "Denise chega amanhã!"
Marcou horário na cabeleireira, manicure, depiladora. Não costumava fazer isso, depilava-se em casa mesmo, mas: "poxa! Denise chega amanhã!"
Mesmo na posição de revolucionária, alimentava o sonho de casar de vestido e com cerimônia. Sabia que não poderia ser um padre, mas queria assim mesmo, pensava: "isso depois a gente dá um jeito!" Queria ter uma casa rosa linda com varanda, gramado e cerca branca. Queria ter filhos - adotaria se fosse o caso. Queria ter cachorro, conta no banco, poupança, carro (não precisava ser zero Km, mas também não poderia estar caindo aos pedaços). Queria ter cartão de crédito, previdência, seguro de vida, aposentadoria, conta na padaria, pegar o pão e o jornal de manhã. Queria pedir pizza e deixar o troco com o entregador, pagar os impostos, levar e buscar os filhos na escola, tomar remédios, usar chinelos e sentar na poltrona, pedalar aos domingos após o almoço em família, tomar sorvete, planejar viagens de férias com a família e esperar à tarde no portão Denise chegar do escritório.
Denise chegou.
As coisas não correram como planejara. A recepção e o reencontro foi caloroso, mas não ganhou presentes e mimos, não jantaram em bons restaurantes, não ficaram embaixo do edredon assistindo séries naquele domingo chuvoso. Denise não a levou para o almoço de domingo, não a apresentou para família, nem como amiga.
Quarta-feira rolou uma festinha na casa de uns amigos, mas ela tinha aula na faculdade. Denise foi e voltou tarde. Ela ainda a esperava no msn.
- Oie!
- Olá!
- Você tá bem?
- Tô sim, um pouco sem sono. Fiquei fuçando na internet e perdi a noção da hora. E a festa como tava?
- Tava ótima! Você precisava ter ido! Me diverti muito com aquele casal. Aqueles seus amigos, sabe?
- Sei sim, eles são ótimos.
- A gente poderia marcar uma festinha particular só nós e eles, né?
- Não sei...vou pensar...
- Querida, vou dormir, tô cansadinha. Depois te conto mais...
- Também tô indo, tá tarde...
- Beijos!
- Beijo! Boa noite!
- Boa Noite!
- té amanhã
- até.
Mantiveram um relacionamento por um longo tempo. Ainda que Denise não compartilhasse e ou materializasse seus pequenos sonhos, parecia gostar dela. Era divertida e inteligente. Não era muito boa de cama, mas era carinhosa, atenciosa e a tratava bem.
Era tudo o que ocupava a mente dela. Um mês inteiro sem vê-la foi muito difícil. Perdera a graça até as baladas com os amigos, o cinema, shows, teatro, pizza na casa do Narciso, enfim, tudo. Nem mesmo os comentários pseudo-intelectuais do amigo com suas piadas infames tinham a mesma graça, suas investidas que noutro tempo até renderam umas farrinhas hoje nem a abalava. Sempre pensava: "ela adoraria estar aqui", ou: "ela não gostaria disso ou daquilo". Todas as coisas novas que via guardava e ou anotava para a mostrar quando chegasse.
Comprou roupa nova. Vestimenta completa, até sapatos novos comprou, aliás, adorava comprar sapatos, sempre encontrava alguma desculpa para tal prazer pessoal e, como a ocasião pedia, uniu o últil ao agradável, afinal: "Denise chega amanhã!"
Marcou horário na cabeleireira, manicure, depiladora. Não costumava fazer isso, depilava-se em casa mesmo, mas: "poxa! Denise chega amanhã!"
Mesmo na posição de revolucionária, alimentava o sonho de casar de vestido e com cerimônia. Sabia que não poderia ser um padre, mas queria assim mesmo, pensava: "isso depois a gente dá um jeito!" Queria ter uma casa rosa linda com varanda, gramado e cerca branca. Queria ter filhos - adotaria se fosse o caso. Queria ter cachorro, conta no banco, poupança, carro (não precisava ser zero Km, mas também não poderia estar caindo aos pedaços). Queria ter cartão de crédito, previdência, seguro de vida, aposentadoria, conta na padaria, pegar o pão e o jornal de manhã. Queria pedir pizza e deixar o troco com o entregador, pagar os impostos, levar e buscar os filhos na escola, tomar remédios, usar chinelos e sentar na poltrona, pedalar aos domingos após o almoço em família, tomar sorvete, planejar viagens de férias com a família e esperar à tarde no portão Denise chegar do escritório.
Denise chegou.
As coisas não correram como planejara. A recepção e o reencontro foi caloroso, mas não ganhou presentes e mimos, não jantaram em bons restaurantes, não ficaram embaixo do edredon assistindo séries naquele domingo chuvoso. Denise não a levou para o almoço de domingo, não a apresentou para família, nem como amiga.
Quarta-feira rolou uma festinha na casa de uns amigos, mas ela tinha aula na faculdade. Denise foi e voltou tarde. Ela ainda a esperava no msn.
- Oie!
- Olá!
- Você tá bem?
- Tô sim, um pouco sem sono. Fiquei fuçando na internet e perdi a noção da hora. E a festa como tava?
- Tava ótima! Você precisava ter ido! Me diverti muito com aquele casal. Aqueles seus amigos, sabe?
- Sei sim, eles são ótimos.
- A gente poderia marcar uma festinha particular só nós e eles, né?
- Não sei...vou pensar...
- Querida, vou dormir, tô cansadinha. Depois te conto mais...
- Também tô indo, tá tarde...
- Beijos!
- Beijo! Boa noite!
- Boa Noite!
- té amanhã
- até.
Mantiveram um relacionamento por um longo tempo. Ainda que Denise não compartilhasse e ou materializasse seus pequenos sonhos, parecia gostar dela. Era divertida e inteligente. Não era muito boa de cama, mas era carinhosa, atenciosa e a tratava bem.
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